Hayao Miyazaki, o “Disney nipônico”
A viagem de Chihiro
Ponyio - uma amizade que veio do mar
Hayao Miyazaki
Não fosse uma reportagem intitulada “O triunfo do sol nascente”, publicada na saudosa revista de cinema SET (edição 190, de abril de 2003, tendo na capa Hugh Jackman, como Wolverine no filme “X-Men 2”), talvez eu ainda ignorasse a excelente animação japonesa “A viagem de Chihiro”. Até o presente momento, esta é a única obra de Hayao Miyazaki a qual tive oportunidade de assistir (e que merecerá uma resenha específica), mas a presente postagem pretende “apresentar” este soberbo realizador a quem nunca ouviu falar dele. Sua popularidade no Japão é tamanha, que lhe apelidaram de “o Disney japonês”, em referência não só ao sucesso, mas também a qualidade das animações do consagrado Walt Disney.
“A princesa Mononoke” (1997) foi a obra através da qual Miyazaki alcançou sucesso internacional; no Japão, o desenho tornou-se a obra cinematográfica detentora da maior bilheteria até então (seria superada por “Titanic”); por sua vez, “A viagem de Chihiro”(2001) superou o filme de James Cameron, tornando-se a maior bilheteria do país (não sei se hoje persiste esse recorde, até porque outros filmes de Miyazaki foram lançados, e estes quebrarem o recorde de bilheteria do cinema no Japão é algo comum); além disso, Chihiro venceu o Urso de Ouro no festival de Berlim e arrebatou o Oscar de melhor animação (na estreia daquela categoria no evento); por fim (e por isso mesmo pode-se falar do papel revolucionário exercido pelo desenho), este personificou a ressurreição da animação tradicional no ocidente (era comum na época, considerar sua obsolência em relação à animação computadorizada). Cabe salientar que ambos os desenhos integram a lista do livro “1001 filmes para ver antes de morrer”.
Recentemente (em 2009, se não me engano), estreou no Brasil “Ponyo – Uma amizade que veio do mar” (2008), desenho este que não teria me chamado atenção, não fosse eu saber que se tratava de uma obra “do criador de 'A viagem de Chihiro'”, se bem que acabei não indo assisti-lo e ainda não o vi em dvd. O fato é que Miazaki é um mestre da fantasia, conseguindo envolver simultaneamente crianças e adultos; sua animação é belíssima e bastante expressiva, mesmo sem utilizar traços detalhados nas expressões faciais dos personagens; criatividade, encanto e profundidade (sem descambar para um pedantismo intelectualista que por vezes prejudica demasiadamente o cinema autoral europeu) são suas marcas registradas. Embora beba em elementos típicos da animação japonesa (um gênero bastante popular por lá, desde o célebre, e não raro tachado, mesmo no ocidente, como obra-prima “Akira” [1988], passando por obras televisivas que muito sucesso fizeram no Brasil – “Cavaleiros do zodiaco”, “Dragon Ball” e “Yu-Yu Hakusho”), as obras de Miyazaki parecem ter sua própria magia, pessoal e específica.
Por ter assistido apenas “A viagem de Chihiro”, não posso redigir um relato mais aprofundado acerca da obra de Miyazaki, então posto um link com uma lista de seus 10 melhores filmes: http://melhoresfilmes.com.br/diretores/hayao-miyazaki
Para finalizar, cabe dizer que o intento desta postagem foi homenagear (e ao mesmo tempo divulgar) o trabalho de Hayao Miyazaki, cabendo salientar que, embora haja assistido apenas a uma de suas obras, esta foi mais que suficiente para considerar-me já seu fã.
Alberto Bezerra de Abreu, 13/03/2011
About Me
- Miradouro Cinematográfico
- Alguém que escreve para viver, mas não vive para escrever; apaixonado pelas artes; misantropo humanista; intenso, efêmero e inconstante; sou aquele que pensa e que sente, que questiona e duvida, que escapa a si mesmo e aos outros. Sou o devir =)